18.1.03

Cada pessoa reage à raiva de forma diferente, eu acho. Alguns ficam simplesmente lacônicos. Outros batem dentes. Tem aqueles que choram descontroladamente. Os que simplesmente caminham para os lados, desconcertados, sem conseguir parar. Os que precisam arremessar coisas, os que precisam agredir pessoas, os que mexem no cabelo compulsivamente... cada um tem seu método de extravasar.

Quando eu fico irritado - e digo irritado mesmo, além do controle - eu preciso bater em coisas. Não em pessoas: em coisas. Ok, minha vontade é bater em pessoas, mas por enquanto eu ainda não estou louco a esse ponto, embora possa ser forçado até ele.

Não dá, não tem como não enfiar a porrada em algo. É uma necessidade física. Meus músculos - principalmente os bíceps e os músculos das coxas - se contraem e relaxam várias e várias vezes seguidas, pernas e braços ficam inquietos, punhos tendem a fechar. Meu corpo inteiro pede pra agredir a razão da minha irritação, ou o objeto mais próximo.

Pobre do meu computador, das portas da casa e do aparelho de som aqui do meu lado. Pobres das cadeiras e gavetas da cozinha, do sofá do meu quarto e das portas do guarda roupa. Pobres das roupas penduradas no meu quarto, do meu travesseiro e dos colchões da minha cama. Pobre de mim mesmo e do meu corpo, quando não consigo encontrar outros alvos além de mim mesmo. Bem feito para todos os que já acharam que, por minha compleição física miúda e minha aparência inofensiva, poderiam me provocar até o limite, no colégio, saindo ilesos.

No momento, a insistência do blogger em não abrir a "barra de ferramentas" que fica ao lado dos posts está causando contrações violentas nos meus braços.

espancado pelo Utopia Dilucular

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