27.1.03

Finalmente comprei meu caderno. Nem é como eu queria, mas foi baratinho e vai servir pra anotar umas coisas aí. E depois eu faço uma capa legal, ponho uma foto que já tenho na cabeça e pronto, amor eterno. Até ele ficar velhinho, rabiscado e entrar pra prateleira das lembranças, junto com as doze agendas dos anos em que meu diário não era aberto ao público.

Essa minha neura com cadernos novos é antiga. Eu amava chegar na 1a. unidade, na escola, com material escolar brilhando de novo, caderninho limpo e com meu nome em cima. Nathalia Duprat. Porque eu sempre odei o Barros. Duprat ponto. Só? Só. E eu tinha um ritual: nos cadernos de classe, eu usava canetas verde, azul e preta, e lápis. Aliás, isso deve ter sido lá pela quarta série em diante, porque aos pirralhos só era permitido usar lápis mesmo. Mas bem, nas tarefas em sala, eu escrevia o cabeçalho e as perguntas em caneta azul, o número da questão de preto e a resposta de lápis. Verde pra corrigir. Nas tarefas de casa, o ritual era o mesmo, apenas trocava a caneta verde pela vermelha. Detalhe: eu sempre escrevia, embaixo do cabeçalho, "Tarefa de casa", sublinhada duas vezes em vermelho, e com uma casinha com chaminé desenhada bem do lado.

Mas pensando agora, uma coisa que nunca entendi bem é porque criança sempre aprende a desenhar casa com chaminé, fumacinha saindo e uma macieira do lado. Quantas crianças aqui no Brasil (mais precisamente no calorão do Nordeste) tem chaminé em casa? E macieira? Surreal isso.

chupado do Sorvete de Casquinho

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