Lá pelos idos de 1994 eu era bicho na Universidade Rural, cursava Educação Física. Lá, no primeiro período você tem aquela disciplina horrorosa, a tal de Teoria e Métodos de Pesquisa. É esa merda que te ensina (?) a fazer monografias, o que você só faz no último período, quando certamente já terá esquecido tudo o que o mané do professor ensinou (?). Mas, enfim, a gente tinha aquela pôrra lá.
Depois de uns dois meses de greve, rotina nas universidades públicas, principalmente em se tratando de Rural, o nosso professor de Teoria e Métodos pediu que nós fizéssemos uma minimonografia, que iria valer como prova. O tema era livre. O Brasil tinha acabado de conquistar o tetracampeonato naquela altura e não preciso nem dizer qual foi o assunto escolhido por nove entre dez dos meus coleguinhas, preciso? Por isso mesmo entendi que deveria apresentar uma parada diferente. Foi aí que me ocorreu a idéia: "Vou falar de sexo. Melhor, vou falar sobre sexo anal.". Decidido, fui à luta. Juntei referências bibliográficas suficientes para umas 5.000 páginas de monografia, o que pra mim não foi nem um pouco difícil. Depois de muito me instruir, comecei a trabalhar em cima do tema. Não deu foi pra fazer pesquisa de campo, uma vez que naquela época eu ainda não tinha as manhas de como cantar bem o suficiente a gata pra ela poder soltar o olhinho do porco. Só faltava mesmo escolher o título. E ele veio: "SEXO ANAL: O PRAZER VINDO DE TRÁS".
Não fui nem um pouco vulgar nas minhas colocações - sem duplo sentido, por favor. Muito menos me usei de imagens bizarras de pessoas sendo impiedosamente curradas. No capítulo sobre as posições mais adequadas ao coito anal, onde na referência lia-se "Cachorrinho" mudei para "De quatro pés com parceiro a penetrar pela retaguarda". Onde antes encontrava-se "Enrabando de Ladinho" pus "Acoitando em Decúbito Dorsal". A palavra "cu" não se fez mostrar sequer uma vez ao longo do trabalho. Nem suas variações. Havia que se manter a linha. Então, pergunto-lhes: Tinha, pois, necessidade de o meu professor me dar zero? Pois foi o que aconteceu.
O dia da entrega do trabalho mais pareceu com o da chegada da Seleção ao país. Tava tudo verde amarelo. Uma falta de gosto do caralho. Eu, reconhecidamente o mais fanático por bola da turma, estranhamente, não portava uma pasta amarela. Nem verde. Meus colegas, então, vieram saber sobre o que tratava a minha monografia. Ninguém acreditava naquilo. E eu não entendia o que de tão anormal poderia haver. Até porque muitos ali entendiam muito bem do riscado. Alguns até da maneira menos ortodoxa. Por que então todo aquele alvoroço? Mal sabia eu que estava tudo só começando. Mas o resto, amiguinhos, vocês só vão saber amanhã. Fui.
no buraco do Tatu
13.1.03
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