Tive um dia ruim. Ruim não, péssimo. Daqueles em que você se pergunta de 5 em 5 minutos porque cargas d´água saiu da cama. Por que, meu Deus, eu acordei? Tudo deu errado. T-u-d-o. Uma contrariedade atrás da outra. A minha residente é um tiro no útero, sabe? Ô criatura insuportável. E eu sou paciente. Não sei como, mas eu sei ser tolerante com pessoas chatas. Tolerante como ninguém, viu? Mas estou querendo me aposentar dessa profissão. Está me fazendo mal. A filha de uma das minhas pacientes é uma peitica. E eu não tô mais suportando-a. Não aguento nem a voz. E mesmo assim, normalmente, dou atenção, explico tudinho. Menos hoje. Hoje eu fugi dela. Escondi-me atrás do carrinho das refeições. Ok, foi ridículo, mas eu precisava. Estava no meu limite. E depois me escondi atrás da cortina. Mais ridículo ainda. Por fim, quando escutei a voz dela " Doutora Robertaaaaa" eu desci as escadas correndo. Fiz que não ouvi. Nem olhei pra trás. Eu sou um monstro, eu sei, mas não deu. Chega. E meu pai bem que podia fazer cara de bons-amigos pra mim hoje. Essa mudez dele tá me irritando. E minhas pernas estão pesando uma tonelada cada. Minha cabeça então, nem se fala! Não, isso não é TPM, antes que me atirem a primeira pedra. Antes fosse. Queria eu que fosse. Isso é abuso puro. Puro não, misturado com cansaço. Com falta de coragem. Com sono. Cor dor de estômago. Um pouco de dor de cabeça também.
coisa de Nem menina, nem mulher
12.1.03
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