Lembro que uma vez, na adolescência, estava passando por uma banca, e vi uma capa de revista com uma modelo linda. Subitamente senti a dor de descobrir que, acontecesse o que acontecesse, eu nunca teria todas as mulheres bonitas do mundo. Era uma ladeira; continuei subindo a ladeira sentindo essa dor que era tão forte quanto uma angina. Um quarteirão depois minha otimista mente havia tido uma visão do paraíso muçulmano, e a dor passou.
O paraíso muçulmano existe para isso mesmo e ele é real, real, ouviram? Todas as mulheres bonitas vão para lá e as que eram feias ficam bonitas.
E você é o único homem naquele palácio gigantesco de mármore rosa, que fica no centro de um oásis, que fica no centro de um deserto. Às vezes vocês ouvem trombetas, e vão até um balcão ver o Profeta passar montado num elefante. As mulheres batem palminhas e algumas delas (as árabes) ululam arabicamente. Depois que o Profeta passa, vocês voltam aos seus, digamos, jogos venéreos, e às suas intrincadas batalhas de almofadas de seda.
Isso dura uma eternidade; e você nunca cansa. O sentimento é sempre, sempre, o de início de férias.
pérolas de alexandre soares silva
4.2.03
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