6.2.03

A vida de um engenheiro de campo

Pois é, cá estou aqui. Sim, aqui, a base em Kattamia, no Cairo. Com sono, muito sono.

O deserto é frio, extremamente frio no inverno. A qualquer hora do dia, em especial à noite. E quando digo deserto eu realmente quero dizer DESERTO. Senti falta de umas luvas e de um gorro, minhas mãos e minhas orelhas teriam agradecido caso eu não tivesse esquecido. A plataforma fica aproximadamente 3 horas e meia de carro (no caso refiro-me à pick-up) do Cairo.

(...)

Dormia tranqüilo quando lá pelas 11:30 da noite Safdar Ali bate na minha porta. Ele tinha voltado de uma plataforma marítima e queria sair para beber. Eu queria era dormir, mas ele conseguiu encher meu saco o suficiente para me convencer a ir. Chamou uma amiga, Nevine que, por sua vez, iria chamar uma segunda amiga, Ghada. De onde ele as conhece ainda é um mistério.

Safdar Ali é um engenheiro indiano. Muçulmano. Apaixonou-se perdidamente por uma egípcia. Decidiram-se que queriam se casar. Os pais da menina, que nunca souberam do namoro escondido, não aceitaram a idéia: um estrangeiro? mas de jeito nenhum. O pai da moça, aparentemente, tem espancado a menina por conta da história toda. E é por isso que Safdar sai às noites para se embebedar pois, de qualquer jeito, não consegue dormir à noite pensando nela.

Por conta disso também, ficamos nós quatro andando de carro pelas ruas do Cairo até as 7 da manhã, quando finalmente deixamos as senhoritas em suas casas e nós dois voltamos às nossas.

De lá, vim direto para cá e somente agora, lá pelas 6 da tarde, irei voltar para casa. Já amanhã, às 6, pegarei um táxi até Port Said. De lá tenho que ir até a plataforma marítima Actinia.

enchendo a lata no bar do Moe

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