as portas, amigo, não são todas iguais. as de filme e as de casas novas, em geral, se fecham com um leve empurrão. já as portas normais, estas precisar ser fechadas com o auxílio da boa e velha chave. na hora da raiva, ou da falta de uma chave, é possível batê-la, para que se feche.
em meu prédio as portas são assim.
hoje não acordei muito bem. na verdade, não dormi muito bem. quase anoitecendo e eu, deitada vendo o jornal regional, quando adormeço, pesado, com a Pandora no braço, também adormecida. não lembro de mais nada, a não ser da última coisa que ouvi pouco antes de um ataque cardíaco fulminante, visto que sou jovem e minhas coronárias são moles. estou aqui, num lugar indeterminado, já que não tive nem tempo de definir pra onde iria assim que desencarnasse. só posso dizer que tanto eu quando Pandora estamos aqui, na ante-sala do inferno, como diria o outro, fulminadas por um ataque causado por um vizinho estúpido e filho da puta que costuma, antes de meter a chave na porta pra trancá-la, bater a tal porta com toda a força. o barulho foi o equivalente a um tiro bem ao lado da cabeça, um tiro forte, grave. e lembro, ainda, da sensação de sufocamento que a taquicardia absurda me causou. e lembro de ver os olhos estalados da Pandora, que também tinha o coração fraco.
oCinematographo
8.3.03
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