29.4.03

A força das mulheres frágeis

Elas não põem o pau na mesa, não decidem quase nada, falam baixo, sorriem pouco.
São a versão moderna da mulher do seculo XIX, trêfegas e românticas e e mortalmente anêmicas e doentes, que resolvem os problemas desfalecendo estrategicamente e tendo como álibi os apertados espartilhos da época.

Precisam ser amadas pelo que são, do jeito que são. E que sejam perdoadas pelo que não são - porque mais não podem ser.

Elas sofrem mais do que as outras, choram mais do que outras, suplicam mais do que as outras, desmaiam mais do que as outras.

Mesmo com a vida ganha, estão sempre insatisfeitas. Mesmo com teto e comida, sentem frio e fome. Mesmo com um homem do lado, teimam em namorar a solidão.

Elas não conseguem e ponto. Elas não atingem e pronto.
A mulher frágil não agüenta o tranco, não tolera o peso. Então simplesmente não o carrega.

São bola de ferro, fardo e cruz.

E assim conseguem o que querem.

elasporelas

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