11.4.03

O QUE VOCÊS NÃO VIRAM

A história que vocês vão ler a seguir é real e se passou nos meandros secretos deste blog, numa caixa de comentários.
Estou tomando a liberdade de publicar sem autorização do co-autor, mas acho que ele vai me perdoar (vai né, Ique?).
Todos os personagens tiveram seus nomes trocados, para garantir a segurança das pessoas envolvidas.
A responsável por tudo isso é a Yara, que fez uma pergunta adorável (sobre o significado da rasgação de seda entre mim e o Ique) e desencadeou toda essa baboseira. Portanto, reclamações devem ser enviadas diretamente para ela.


Ticcia: xiiii, acho que tá dando na vista!! :))

Henrique: Yeah! É verdade, Ticcia! Fomos descobertos! Prepara o passaporte, nem arruma mala que a gente compra tudo em Paris (pq a gente pode). Deixa um recado para sua mãe, ração de um mês para os gatos e me encontra no aeroporto internacional às 22:00h. Vai de óculos escuros para ninguém te reconhecer, ok? Se alguém perguntar, fala que é problema de saúde na família, coisa muito séria, e que você vai ficar um tempo sem dar na vista. Em último caso eu conheço alguém que pode sujar a mão por nós! Onde é mesmo que essa Yara mora? :-))))))))))))))))))))) (Brincadeira, viu Yara!) Eu e a Ti, por ora, somos os melhores exemplos de baba-ovos do mundo. Ela elogia, enaltece meu ego, daí eu elogio, enaltece o dela, e a gente vai assim ad infitum. Deve estar numa frequência de ressonância, ou coisa do tipo. ;-)

Ticcia: Ique, é por estas idéias, entre outras, que eu te adoro. Já fiz reserva. Não tinha na executiva, vamos ser obrigados a ir de 1ª classe (odeio ostentar). Teu código de reserva é AFZYR5. Guichê da Air France, claro. Como vais saber que sou eu? Simples. Procure na sala Vip uma morena de cabelos curtos, toda de preto, enormes óculos escuros Chanel, lendo Borges e tomando champagne. Não tem erro. A bientôt!

Henrique: Ti, código delta. A operação miou (vc não gosta de gatos?). Minha vó vai fazer bolinho de chuva esse final de semana, e precisarmos adiar a viagem. Tbm mudei de destino. Na atual situção, só Serra Leoa nos salva. Ou paraíso fiscal como Caribe. O problema é que no caribe, sol, praia e você de biquini; daí que eu tenho certeza que não volto vivo pra casa mesmo! :-)

Ticcia: Ique, o que eu faço com o meu conjunto de malas Luis Vuiton?! Serra Leoa? Tá Louco?! Caribe nem pensar! Muito brega. Não combina comigo. Deixa pr mim que eu vou descolar uma ilhazinha chic da polinésia francesa. Me aguarde!!

Henrique: Biquini, o importante é não esquecer do biquini. Polinésia está ótimo; saiu uma reportagem no NYT que lá esta com uma boa demanda de advogadas e engenheiros navais - dizem que lá tem mar, né? Quanto ao seu conjunto de malas, àqueles que eu te dei, né? Olhe bem a etiqueta no fundo... fabricados aonde? Na Polinésia, lógico! Deixa as malas aqui, e pode por todas as nossas roupas em sacolas de supermercado mesmo, que quando a gente chegar no nosso destino, eu dou uma propina para algum dos meninos do trabalho-escravo-infantil de lá e te arranjo um conjunto de malas nova. Só não vá esquecer do mais importante. Biquini, você e o biquini.

Ticcia: Ok, copiado. Biquini novo comprado. Só não concordo com sacolas de supermercado. Isso é UÓ. Melhor ir sem roupa (a mais) nenhuma e comprar lá. Afinmal, pelo que ouvi falar do clima (quente) e da atmosfera ( podre de romântica) não vamos precisar de mais que sarongues e alguns milhares de dólares. Como tá o esquema da conta na Suiça? Tudo certo? Não vejo a hora de receber o café da manha de barco na porta de um bangalô sobre palafitas...

Henrique: Ticia, aliás, Rebeca! Que a situação está cada vez mais apertada, com essa história de grampos, falta de privacidade, etc. Agora só nos comunicaremos por codinome. O seu é Rebeca, meu é Alcebiades (ou Jean Pierre; ainda não decidi qual é mais charmoso). Tudo na Suiça está acertado, com excessão que eu esqueci qual é a senha de seis números do cartão para sacar dinheiro. Era alguma sequência lógica, que começava com 65432... e não sei qual é o último número! Em último caso posso pegar as economias da minha avó, lembra? O negócio de bolinhos de chuva está se tornando lucrativo... Pode então acionar o plano B, que partiremos logo logo à Polinésia. Aceito a idéia do café da manhã vir de barco, mas palafitas logo pela manhã me dão azia. E andei pensando: entre a idéia de você ir de biquini ou ir sem roupa, eu fico com as duas!

Ticcia - ahn, Rebeca: Alcebíades, como assim esqueceu o número?! Toma já o Gardenal. Saca logo as economias da D.Mirtes (tua avó) pro caso da gente não conseguir sacar a grana da Suiça. Depois, se der tudo certo, a gente embolsa a grana da véia e manda um cartão postal agradecendo a força. Plano B foi acionado, já estou com manicure, pedicure, depilação e cabelereiro marcados (imprescindíveis pro plano B). Quanto à roupa, por favor, sunga branca não, tá? Me dá aflição.

Henrique: Rebeca, É muito difícil eu te dizer isso, mas você vai ter que fugir sem mim. Se quiser mando o Valdir, meu primo de segundo grau que - com exceção do problema de incontinência urinária e dessaranjo intestinal - é boa pessoa. Acontece que descobri meu paraíso, um lugar de néctar, ambrosia e ninfas seminuas pela rua. Bares e theatros repletos de intelectuais, porcocórnios pelas ruas. E perto do centro, de um parque e uma universidade, mora a semideusa. É, te troquei por um ser imaginário, dona das minhas vontades, senhora das minhas verdades. Pode ficar com a conta na Suíça, as figurinhas da copa do mundo, meu pôster do curinthians. Fugi mesmo para Porto Alegre, vou ficar no general. Enquanto isso prepara uma plaquinha escrito "Valdir", que ele chega no vôo das duas. Vai ser fácil de achá-o: o magrelo de sonda, segurando um saco com um liquido amarelo. Beijos do seu Alceu.

Rebecca: Seu, seu, seu... cachorro! Desalmado, Cretino. O Valdir que vá pro diabo que lhe carregue. Só pra te avisar que depois de tentar cortar meus pulsos com meio saco de bolacha Maria, resolvi me internar no convento das freiras Caramelitas do Bombocado e farei concorrência desleal à sua vó Mirtes no comercio clandestino de bolinhos de chuva. Espero que você e a semideusa sejam muito INfelizes. Adeus.

Lourdes: Olhja aqui, sua fulaninha! Aqui quem está falando é a Lourdes, a semideusa do Alcebiades. È vc quem fica ligando aqui, e qdo eu atendo vc desliga? Mas que baixa, que vil. Ele é um outro homem agora, fique sabendo. Não tem mais tempo para perder com bobagens como "livros", "poemas", "cultura" e "biquini". Agora ele é meu; ele lava, passa, cozinha e costura. Com toda essa pressão, ele ficou um pouco impotente, mas tudo bem, eu nunca gostei de sexo mesmo. Faça o favor de cuidar da sua vida, arranjar um outro homem, que esse é meu, todo meu - broxa mas meu. E se ele repetir a palavra "Polinésia" mais uma vez, vou aí e destruo esse seu biquininho florido! Humpf!

Rebecca: Olha aqui digo eu! Então achas que eu perderia meu precioso tempo ligando para dizer desaforos ou ouvir a tua maravilhosa voz?! Já tomei minhas providências, ou seja: um bode preto, velas vermelhas e uma boa mãe de santo. Preparem-se. A felicidade durará muito pouco. Quanto ao Bibi (era assim que ele gostava de ser tratado), espero que passe muito mal e sem ferro à vapor. Era isso.

Bibi: Bebéca, Me ajuda! Estou aqui confinado, preso, amordaçado! Estão me obrigando a coisas terríveis, como ver novela mexicana e comer pastel de sucrilhos. Tortura, tortura. Eu nunca deveria ter te deixado! Sai desse convento e vêm me buscar! Pode usar macumba, pai de santo, reza brava ou helicóptero do Fernandinho. Vou estar te esperando as duas horas na varanda, com um pastel nas mãos. Estou diferente da última vez que nos vemos, mas você vai me reconhecer pela samba-canção amarela. Por favor, me ajude. Do sempre seu, Alceu.

Rebecca: Bibi, só tenho uma coisa pra te dizer:MORRA!

Rebecca, pensando melhor: Biiiiii, faz assim ó: arruma as coisas que amanhã eu passo pra te pegar. Tô indo com o Dodge Dart emprestado do meu tio Sérgio. Buzino no ritmo da Marselhesa e vais saber que sou eu. Saudades... até amanhã!

Não Discuto

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