18.4.03

o sabor das coisas simples da vida

O feijão começa a chiar na panela de pressão. Aqui do escritório ouço o barulho do vegetal sendo transformado. Alimento. Sacia nossa fome de bicho, nos mantém vivos e saudáveis. O aroma começa a chegar aqui. Cheiro de comida feita em casa. A boca começa a salivar levemente. Sabor de infância. Sabor de vida simples, de preocupações tolas. De filosofia de cozinha.

Fiz uma auto-proposta ano passado de procurar cozinhar em casa. Há anos e anos moro sozinha. Nunca fui de cozinhar. Quando comecei procurava seguir receitas de livros por medo de me aventurar neste universo tão complexo que é o mundo dos alimentos. Cozinhar é arte, sim. Cozinha simples, arroz-com-feijão, é mais ainda.

Comer para mim sempre foi algo social. Quando me aventurava numa destas alegorias do machismo chamada fogão, era em momentos raros de presenças amigas em minha casa. Resolvi ser adepta da cozinha solitária para economizar e também para criar hábitos alimentares mais saudáveis.

Hoje não há muita opção. Também não tenho vontade de sair para almoçar fora. Não cozinho todos os dias: preguiça. Mas quando cozinho, me deleito com este universo de magia e simplicidade. E percebo: não tenho jeito mesmo. Sou metida à besta até pra fritar ovo!

[boop it]

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