Porque gostávamos de mãos, escrevi sobre teus dedos a deslizar na superfície úmida da areia. Traços indefinidos que eu tratava de decodificar porque aos meus olhos eram as letras de teu amor. Porque gostávamos das palavras ditas, pronunciadas, sussurradas ou escritas em nossos papéis ou em nossos olhos, um dentro do outro - sou tua/sou teu - deixei que as palavras nos alimentassem e nos devorassem em uma noite de inverno: viajantes. Porque acreditávamos que havia sempre mais depois da linha em curva, foi que permiti teus dedos, ainda úmidos da saliva minha, experimentar a direção dos ventos. E como soubesse da partida meditada, concedi que meus dedos, ainda quentes de tua carne, desenhassem sobre a tela, em tintas mornas, os traços de nossos dedos juntos, o calor das palmas, dois pares esparramando-se entre linhas e sulcos. Esta é a da vida, teu dedo me disse. Esta é a do coração, revelou-te o meu. A terceira: esta nos definiu os passos.
dedos da Walkwoman
11.4.03
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