Influências
Ontem, voltando pra casa da faculdade, indo para o metrô, encontro um carinha meio suspeito vindo em minha direção. Pensei: Caralho, agora fudeu. Vamo vê no que dá
Carinha: -- Aê boy, tem hora?
Eu: -- Sem chance, véio. Tô sem relógio.
Carinha: -- Então descola um real aê pra eu pegá o buso...
Eu: -- Nem, cara. Tô no zero.
Carinha: -- Aê sangue, se eu achá é meu então?
Eu: -- Ê mano, falei que o tô no zero, véio. Tô à pampa... sem nada...
Carinha: -- Sem nada? Vc todo pã aê, de gravatinha, roupinha social... vai falá que tá sem nada? tá pagando de boyzinho e não tem grana?
Eu: -- E quem falô que eu sô boy? Tá foda, mano... Cê tá ligado que tá embaçado... porra, dô mó trampo, saio de lá no mó veneno, pá, venho na casa dum camarada recebê o lance dum pano aê que ele me devia, e ele na mó trairagem ficou na minisqüência pra soltá o baguio, miguelô a parada e me deixô com sangue no zóio, véio... bem a grana que era pra eu pegá o buso...
Carinha: -- Ê... cê tá me tirando, mano? então manda esse sapatinho aê... e não dá goela porque eu tô com o berro aqui e o bicho vai pegá pro seu lado se você ficá acelerado...
Eu: -- Então se coça com o cano aê, véio... to indo pro ponto agora vê se o cobra libera passá por baixo da catraca... senão to fudido pra ir a pé que é mó rolê...
Carinha: -- Oncemora, mano?
Eu: -- Perto da galera do **********, conhece?
Carinha: -- Cê mora lá?
Eu: -- Só é... manja o Caximbinho? Primo do Larica?
Carinha: -- Tô ligado quem é o Larica...
Eu: -- Então. O cara é meu truta aê...
Carinha: -- Ô, vai na boa então sangue... tipo fica baratinando na do cobra que ele libera a passagem pro cê.
Eu: -- Ô. Firmeza, véio. Falô aê.
nas quebradas do Jesus, me chicoteia!
2.5.03
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