29.5.03

Já tentou fazer um castelo de cartas?
Tente.

É difícil. É demorado. Você vai se sentindo meio frustrado no começo, por não conseguir empilhar as cartas, pelas freqüentes quedas, pelos esforços em vão. Mas com o tempo sua mão adquire a leveza necessária pro trabalho. E aí a edificação vai surgindo, gradativamente, cada vez maior. Frágil, como qualquer castelo de cartas, mas com uma aparência firme...

Então você fica de saco cheio. Ficou fácil demais. Aí você chuta essa merda e vai fazer outra coisa.
É mais ou menos como funciona. Tudo o que fica fácil demais fica chato. É bom vestir o velho arquétipo do moleque brigão e irascível de antes. Despertar ódio. Arranjar novos antagonistas. Enfim, eu nasci pro papel de vilão. Nada mais divertido do que caminhar entre os cães de guerra que rosnam e babam ameaçadoramente em sua direção, e rir da cara deles ao perceber que todas as ameaças são vazias, inúteis.

Que venham para o matadouro.
Enfileirados, por favor. Vamos manter a ordem.

Utopia Dilucular 2.0

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