10.6.03

Free Willi

- Benhê
- Ahn ahn.
- Benhê!
- O que foi Afonso, são duas horas da manhã. Me deixa dormir.
- É que eu estive pensando, quando eu era criança eu nunca tive um
amiguinho imaginário.
- Isso às duas horas da manhã?
- Eu tô falando sério, Angela Maria.
- Eu também, Afonso.
- Isso pode ser a causa de todos os meus problemas existenciais
- Eu acho que acabei de encontrar a causa dos MEUS, Afonso.
- Oi, Willi.
- O quê?
- Willi, é o nome do meu amiguinho imaginário. Ele tá aqui do meu lado.
- Que nomezinho mais besta, Afonso. Não dava para simplificar, não? Sei
lá, chamar de João.
- Vê lá se eu vou ser amigo de um João ninguém. Você ouviu isso, Willi?
João. Rá, rá, rá.
- Rá rá rá digo eu. Para quem é filho de um Astolfo até que você tá
exigente demais com nomes.
- Tá vendo, Willi, ela sempre dá um jeito de alfinetar a minha família.
- Afonso, quer apagar essa luz?
- É que eu não tô conseguindo ver o Willi.
- Ai meu Deus do céu.
- Não, Willi, eu acho que ela não topa.
- O que foi dessa vez, Afonso?
- O Willi tá querendo fazer um menáge a trois.
- Tá, mas apaga a luz.

Luz apagada. Afonso sente uma pancada na cabeça.

- O que foi? Você tá louca?
- Não fui eu, foi a Winnie. Ele mereceu, né, Winnie?

EU HEIN

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