22.6.03

Videotexto (Post XV)

O casal do videotexto

(...)

- Uma festa? Mas fotografar a festa ou vocês?
- Nós e a festa.
- Explica melhor.
- É uma festa de amigos, amigos muito próximos. Pensamos em presenteá-los com as suas fotos. Olha, eu não tenho certeza, mas acho que você vai adorar essa nossa turma. Por favor, aceite.
- Claro. É que, por conta do meu trabalho na Teletel, sinto que estou um pouco enferrujada para fotografar eventos. E, pra ser sincera, eu odeio fotografar festas. Vou fazer porque vocês que estão pedindo, mas não acostumem.

Fui sincera, sorrindo pra não parecer mal educada, mas era a mais pura realidade.

- Festa é jeito de falar, Ale. Será uma reunião de amigos muito íntimos, não pense neste encontro como quem pensa em uma festa de casamento. Não terá vestido de noiva, só o bolo. Considere que os nossos amigos serão, certamente, seus amigos porque eu tenho certeza de que todos irão adorá-la.
- Está certo. Quando e a que horas?

A casa era um desbunde! Uma fortaleza cercada por um lado pela cidade, por outro pela Serra da Cantareira. Dois seguranças na porta pediram minha identidade, conferiram os dados e pediram que eu encontrasse com os demais convidados no saguão da casa. Um deles, estranhamente me encarava, mas fingi que não era comigo e dei-lhe as costas.
Logo na entrada encontrei o casal . Apresentaram-me os anfitriões e todos os convidados que esbarrávamos. Musica boa, vinho bom, gente bonita e de repente um cara que mais parecia o Michel Jackson assumiu o controle dos equipamentos de som e luzes e transformou o ambiente sóbrio em uma discoteca. Não me pareceu numa primeira impressão, mas depois percebi que tudo tinha sido preparado para aquele momento. As bebidas ficaram mais fortes, o jogo de luzes na casa ficou muito mais intimista e ritmado e as músicas faziam todos dançar. Não sei se por intuição ou sabe-se lá o quê, mas havia uma grande pulga atrás da minha orelha. Tinha algo no ar que me escapava... Minhas fichas só começaram a cair quando eu quase tropecei em um casal transando peladão em um canto da sala. Olhei para os lados, ingenuamente, tentando alertá-los de que eles estavam sendo vistos. Olhei para os lados, arregalei os olhos e...

- Caraca! Tá todo mundo trepando!

------>> Continua

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