Vista curta
Os pais achavam que o menino era retardado. Demorara tanto para andar e falar! E agora, na escola, não aprendia, não brincava, não tinha um único amiguinho. Levaram-no a um psicólogo. Após uma rápida análise, o doutor chamou os pais e explicou:
- O problema não está na cabeça. Está nos olhos.
- Os olhos ficam na cabeça, gracejou o pai.
O doutor suspirou.
- O menino não enxerga um palmo a frente do nariz. Pelo visto, vocês também não.
Os pais saíram ofendidos com o psicólogo, isso era jeito de falar? No entanto, confiaram em sua palavra e levaram o menino a um oculista. O oculista se espantou.
- Mas ele está quase cego! Como vocês não perceberam antes?
- Achamos que ele era retardado, doutor.
- Acharam que ele era retardado?
Mandaram fazer um óculos enorme (pagaram, claro, à vista). Ao colocá-lo, o menino abriu um largo sorriso – era seu primeiro sorriso – e exclamou:
- Como o mundo é bonito!
A mãe ficou emocionada e não conteve uma lágrima, mas o pai cochichou:
- Estávamos certos. Além de cego, é retardado.
FDR
14.6.03
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