29.7.03

Cai o Pano.

Se tudo correu bem, este é o meu último post (paradoxal, essa declaração, nào?). Um post póstumo. Está sendo publicado por um conhecido, o advogado a quem deixei esta e outas incumbências.

Não deixo nenhum legado moral. Não fiz de meu blog um levante anti-tabagista, nem foi esta a minha intenção. Quis apenas contar meus últimos dias, minhas últimas impressões (e foi mais barato do que fazer análise). Agradeço a todos que aqui estiveram, por se interessarem, e se importarem, mesmo sabendo de que nada adiantaria (é, não adiantou mesmo, pois se isso está sendo publicado, é sinal de que morri.)

Não tive nenhuma epifania no momento da morte (se tivesse, contaria para vocês). Provavelmente não terei visto Deus, anjos, ou outras palhaçadas deste tipo, porque nunca acreditei nisso. Findou-se a chama, apagou-se a vela, e a única coisa que restou foram essas palavras, meu gato, e meus filhos. De minha morte estes só herdarão o material, nada de mim, realmente. Eles abdicaram disso há muito tempo, e até o computador de onde eu escrevia será (ou já foi) formatado. O gato deve estar ainda no apartamento, não sei qual será seu fim.

Propositalmente, os comments também foram retirados, a meu pedido. Não quero que fiquem digladiando aqui depois de minha morte, mesmo não podendo ler. Acabou, morri, e foi só. Carpe Diem.


é o fim do canceroso

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