Estou com saudade. É, saudade. Aquela saudade que dói... Macera o meu timo, o pobrezinho, que já parece um maracujá velho que alguém pôs na gaveta por engano há muitos, muitos anos atrás. Me faz quase sucumbir ao desejo tresloucado de montar o salto, carregar as pálpebras de cinza e pólvora e sair por aí, em lugares que sempre fui sem nunca ter estado antes. Saudade daquele bafo quente de enxofre, com seu vapor amarelo lixo tóxico, lambendo sexualmente a minha nuca em processo de descarnamento. Saudade do ataque de bichice público, sabe, aquele não-doméstico que acabam em promessas de crime passional e tragédia na família, só aqueles entre egos-titãs, os verdadeiros combates que valem um ataque de bichice brutal e ediondo, sem contar as verborragias que provocam a minha já aposentada língua ceifadora.
Ah.
(suspiro profundamente extenso.)
Humf.
(suspiro de frustração e desgosto até o fim dos tempos.)
Saudade.
Saudade daquilo que ainda não fui um dia.
Pissa. (porque o Word não mantém o cedilha)
Não tenho bem certeza se quero casar, acho melhor eu comprar um apê de dois quartos e um jipe a diesel.
Saudade do tempo que eu acreditava conseguir isso sozinha e que amor é, definitivamente, um troço que não combina.
(...)
Com licença, não quero incomodá-la, mas você está pisando no meu coração. Será que poderia? Oh, sim, mas é claro, foi sem intenção, sabe, não costumo sair por aí pisoteando os sentimentos alheios e. Não, tudo bem. Isso sempre acontece. Ahhhh....
certas mulherzices
24.7.03
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