22.7.03

A medicina está acabando com a poesia. Hoje o sujeito sente os tormentos da alma e toma um antidepressivo. Na euforia, receitam-lhe um zepan qualquer. E o cara volta à merdiocridade que não produz nada, exceto dinheiro para o patrão e os impostos. Fernando Pessoa, se vivesse nos dias de hoje, não legaria nada à humanidade. Em qualquer farmácia vagabunda encontraria pelo menos dez remédios para cada heterônimo. O mesmo se aplica às demais artes, mas não vai dar tempo de escrever a respeito. Acabei de tomar um diazepan e não lembro onde foi que deixei meu senso crítico.

expectorado por catarro verde

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