A mulher patológica
O telefone tocou, mas ele não atendeu. Tocou novamente. Sabia quem era, sabia o porquê daquela ligação. Na terceira vez, atendeu friamente. Ela queria vê-lo, queria conversar. Ele apenas respondia suas questões.
Ela estava carente. Carente e tarada — mais precisamente. E sua súplica quase o convencera.
Ceder uma visita à ela seria voltar-se contra seus princípios. Ceder seu corpo novamente para aquela mulher seria amargurar sua vida já amargurada.
Negou. Venceu-a com sua lábia descabida. Simulou um mal-estar, desconversou-a. Despediram-se.
Ela percebeu que ele não era mais tolo, usável e fútil. Ele percebeu que estava ficando forte. Estava ficando, não era ainda.
Se fosse forte não estaria lamentando, pensando e impaciente. Sua vontade de possuí-la ainda o carcomia por dentro. Mas por hoje a batalha havia se encerrado.
a sofrida desintoxicação do ópio
8.7.03
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