Há mil definições de poesia. E algumas dezenas de teorias. Todas igualmente chatas, enfadonhas de criatividade lógica. Entre os poetas, Maiakovski quis que a poesia arrancasse os caixões das trevas para que caminhassem quadrúpedes de cedro. Emily Dickinson escreveu que a poesia era o mar que nunca viu. Manuel Bandeira queria libertar a palavra de suas mortalhas. Para Eliot o verso nunca é livre. Valéry achava que a poesia dança na mesma pista em que a prosa anda. E como ousar não falar de Pound? O garçom que enche meu copo agora pensa que poeta é o Zeca Pagodinho. Até os psicanalistas sabem definir poesia: uma bela réplica de um self grandioso-exibicionista. Eu fico quieta no meu canto e me lembro da melhor definição que ouvi de alguém que não tinha nada a ver com isso: a poesia deve ser sempre uma embarcação que naufraga ao entrar no porto.
prosa caotica
25.8.03
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