13.8.03

O Assunto Gay - Uma Posição Dura, Mas Necessária

Queria comprar um monóculo. Quando me dissessem pelo telefone, “Vamos pra uma balada?”, eu iria lá, e colocaria o monóculo e diria: “Ah, isto é uma balada?” Ou quando me deixassem chocado, eu só abriria o olho um pouco e o monóculo cairia no meu peito, ficando sustentado por uma correntinha dourada.

Também queria cicatrizes no rosto – como os estudantes alemães do século dezenove. Sim, eu sei que há quem queira fazê-las de graça. Mas realmente não se pode duelar com pessoas de certas classes. Not done, don’t you know. Bad form. Quando um membro das classes baixas o ofender, o melhor é chamar cinco ou seis empregados e mandar espancá-lo. Mas esse hábito só poderá ser reintroduzido quando ensinarmos à sociedade que isso é normal e gostoso. Chega de ver o olhar de censura no rostinho lindo das minhas amigas cada vez que mando meus empregados espancar um mameluco insolente num shopping.

A volta do uso de espadas. Bom, se proibirem as armas de fogo (que são bregas), podemos ao menos sair à rua com rapiers. Mas sinceramente o que eu queria, mas queria mesmo, era uma bengala com espada embutida.

Também queria a volta dos soldadinhos de chumbo. Way cooler than bloody transformers.

Polêmico, hein? Um post defendendo a volta dos soldadinhos de chumbo? Fala a verdade! Ah, vou agora defender a volta das polainas.

- Quem liga? As Guerras Gays sendo travadas, e você aí falando de polainas!

(Meu monóculo cai diante de tanta rudeza) Sobre certos assuntos não falo. Não falo em Matrix, por exemplo. Sou conhecido do Aconcágua à Prússia por minha resistência em falar de Matrix. Homens mais rijos do que eu já fraquejaram...

Posso, no entanto, falar de Monica Bellucci. Querem que fale de Monica Belluci? Gosto até de falar o nome dela. Monica Bellucci. Ela...

- Fale sobre o espancamento de gays! Não seja omisso!

(Pondo o monóculo para examinar pessoa tão grosseira) Espancamento de gays - você diz com escovas de prata, bastões de cricket, essas coisas? Humm, kinky, very kinky. Se eles gostam, I say, jolly good, jolly good.

- Céus, você tem geléia no lugar de cérebro? Diga alguma coisa relevante sobre os gays! Posicione-se!

(Suspirando) Mas não posso simplesmente ficar repetindo o nome de Monica Bellucci? Ok, vou dizer o que acho dos gays. Acho que são uma raça superior. Acho que deviam matar todo mundo e depois ficar dançando Everybody Dance Now. Eu por mim seria gay, mas me ocorre que tenho nojo de homem. Sei intuitivamente que a boca de um homem é suja, por exemplo. Todos sabemos, porque víamos os nossos colegas de escola puxando catarro ou falando com pontes de saliva no canto da boca ou comendo comida que caiu no chão. Francamente não sei como os gays se esquecem disso, devem ser sujos também. Glauco Mattoso e todos aqueles sonetos sobre chupar pés de homem. Há comparação entre um pezinho de mulher e um pé de homem? Como os gays não percebem isso? Merecem ser espancados.

- Você se contradiz, seu direiteca festivo, homófobo metido a aristocrata!

Que bom. Mas me diga, quem é festivo entre a direiteca? Sempre procuro blogs de direita que sejam festivos, mas acabo me desapontando. E juro que acho vocês gays uma raça superior. Imagine uma sala cheia de Oscar Wildes, Noel Cowards, Cole Porters. Qualquer um teria que sentir seus joelhos se dobrarem de inferioridade. Só espero que não se dobrem demais, hahaha. (Batendo na própria coxa sem conseguir conter o riso) Mas eu dizia, são uma raça superior - menos os gays brasileiros, porque os gays brasileiros deram errado. (Percebe o trocadilho involuntário e bate na coxa de novo, desta vez rindo em silêncio) Deram muito errado. Gays brasileiros são burros.

- Como assim, seu direiteca homófobo metido a lorde?

Nada, nada.

na mansarda de Alexandre Soares Silva

Nenhum comentário: