7.9.03

CENAS DE UMA DESPEDIDA DE SOLTEIRO

- A turminha chega tímida ao puteiro. Depois de umas biritas, todos começam a ficar malandros. Na minha rua, dizemos que o camarada "tomou malandrol" ou "chupou malandrops";

- Os quatro amigos que foram às vias-de-fato com as garotas do recinto simplesmente escolheram as mais feias. Não que houvesse alguma maravilhosa, mas também não precisava chutar o balde. Tanto menos pagando...;

- Há muitas garotinhas novas no puteiro. O mais chocante é que elas já fazem disso uma profissão. Descaradamente. Mesmo que antes ficassem trinta anos "na lida", sempre cultivavam o sonho de sair do ramo;

- Se as putas antigas tinham a idéia romântica de sair da vidinha, mas nunca saíam, e as putinhas de agora são garotas-de-programa vocacionadas e seguras da carreira, mas talvez saiam rapidamente da vidinha, pergunto: qual dos dois casos é mais inquietante?;

- Sim, existe um profissional mais chato do que vendedor de loja de sapatos (aquele que te laça no corredor do shopping): gerente de puteiro. O camarada simplesmente NÃO ENTENDE que algumas pessoas não vão lá para pagar uma nota preta a fim de um cais-cais-cais com as tranqueirinhas;

- Incrível o funcionamento do metabolismo humano. Todos estavam bêbados e trôpegos. Foi só chegar a conta da farra, e arregalaram aqueles olhos "mr-maggo-levando-susto". Todos estavam acordados, sóbrios, e ainda por cima fazendo equações com duas variáveis;

- Despedida de solteiro em um puteiro é brega. Mas seria pior, convenhamos, numa casa de café colonial.

gravataí merengue

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