4.9.03

E lá no Morro, tinha uma vizinha velhinha, que era viúva e tinha um cachorro vira-latas, para guardar a casa e espantar os ladrões que por acaso quisessem roubar a dentadura da velha.

Esse cachorro se chamava Tobi e o quintal dele ficava na direção da janela do meu quarto. Então quando ele latia, eu escutava primeiro. E pode acreditar, ele latia bastante. Mas o que eu queria? Que ele miasse?

Tinha também um velhinho que era apaixonado pela velhinha (ou pela aposentadoria dela, não sei). O fato é que ele até a pediu em casamento, mas ela não aceitou. Pois é, a moçada se matando para arrumar alguém e a velha consegue assim um pretendente, sem fazer força. Mesmo tomando um fora, um pé na bunda, o velhinho ficou amigo e andava fazendo pequenos serviços pra ela, compras, limpar o quintal e lavar o cachorro, que as pernas dela já não ajudavam - ela estava meio estragadinha.

Pois é, todo domingo, lá pelas 8 da manhã, ele ia lavar o Tobi. A velha ficava na janela da cozinha, inspecionando e dando as ordens, em voz alta:
"- Cuidado para não molhar as orelhas dele! Senão dá dor de ouvido... Esfrega as costas dele! Agora a barriga e as patas!" E por aí vai.

Até que um dia, eu acordo com as instruções:
" - ESFREGA A BUNDA DELE! PASSA SABÃO NO RABO DELE!!"

Afe! E assim foi inventado o primeiro cachorro que peidava bolhas de sabão.

Uia!

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