Minha tia, ubandista de carteirinha e atabaque, sempre foi dada a pregar sustos na família. Natal passado resolveu explicar pros sobrinhos como se dança o ritual do caboclo velho. Numa sintonia deturpada, começou a girar pela sala, como se tivesse brincando de pião. A criançada ria solta, deboxando de vez num ataque histérico com a estranha figura que ela começava a se contorcer. Parecia uma baiana de escola de samba com os miolos boiando em cana, pura manguaça. Mas foi só a voz dela mudar prum grave absurdo que todos nós saimos correndo e gritando pelas nossas vidas. Hoje eu sei porquê raios ela nunca se casou.
Baixou o santo no Cumequié
24.9.03
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