Uia! Hoje São Paulo está linda. Cinzenta e fria como convém. Então vamo que vamo ao que interessa nesses dias: o centrão da cidade. Comprar cd genérico. Encher o saco do Luiz na Baratos Afins. Dar a vez pra ele ouvindo histórias do Minhoka. Saber das últimas com os flanelinhas do Teatro Municipal. Atravessar o Viaduto do Chá e comprar tinta pra ovo na Casa Godinho [R$ 7,80. Vêm 5 saquinhos a saber: amarelo, azul, verde, lilás e rosa. Cada cor com seu significado místico]. Ou você pensava que nos butecos neguinho pintava à mão os ovos cozidos? Não, nada a ver com talismãs ucranianos. Na volta, parar na rodinha do cara que faz um som no viaduto, afinal desempregado eu também estou, tenho o meu direito. Comparecer à dona Maria da Praça Roosevelt com alguns caraminguás, que afinal não estou por cima da carne-seca. Me enfiar no muquifoso e imutável bar do Hotel Gran Corona – eternos espelhos e néons no porão, bebida honesta e barman discreto. Pra isso sim você tem dinheiro, seu filhadaputa. Ver mulher dançando com mulher no térreo do Copan. Tomar café no Floresta. Bater um sanduba do Amaral no Bar Estadão e criticar a reforma que ainda não digeri – o Amaral tá parecendo uma freirinha naquele uniforme impecável. Ganhar dele um osso ainda com carne pra botar no feijão. Se você não sabe, as melhores carnes ficam perto do osso. E é por isso que eu prefiro mulher magra.
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11.9.03
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