Imaginem. Deus deve ser um sujeito branco e barbudo.
Um semi-albino que toda manhã senta numa poltrona confortável pra tomar o seu café e fumar o seu cachimbo, em frente ao seu aquário azul em forma de esfera enquanto decide quem será o peixe que vai ganhar na loteria hoje, ou quem será o peixe estágiario que terá a sorte de cruzar com uma peixe-Lilith no elevador, ou peixe-empregado que será promovido.
E dentro do grande aquário azul, há um Peixe-Deus de terno e gravata azul que tem meia esfera em suas mãos e zilhões de peixes-ovelhas que só enxergam os seus defeitos quando percebem semelhanças entre os deles e os dos personagens de livros ou filmes que foram escritos ou produzidos enquanto os seus autores estavam tentando acabar com suas crises existenciais colocando na tela o que eles estavam sentindo. Na arte-aquática dos homens-peixes, você é valorizado não pela cultura que carrega, e sim pela qualidade do tédio que você consegue transmitir.
Deus, sentado na sua poltrona, dá uma tragada no seu cachimbo imaginando um longa-metragem.
surrealismo e psi.co.dra.mas
22.10.03
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