2.10.03

mozart do natal passado

Planeta, a Terra; Bairro, Santa Rosa; como todas as crianças deste planeta, fui acometido naquele natal pelo maior inimigo da infância: um brinquedo para induzir-me a uma profissão. E, apesar dos esforços de todos os educadores de rádio, chegará o dia em que os pais, os avós e os tios serão letais para qualquer forma criativa de vida; quem poderá intervir?

Sobrevivi, todavia, ao episódio do kit médico playmobil, embora tenha ficado algum tempo na medicina... um amigo passou com louvor: o pai, que trabalhava na indústria da pesca, deu-lhe uma lancha do playmobil; semanas depois, a lancha esborrachava-se após ser "transformada" num avião...

Na verdade, é bastante inútil tal tipo de intervenção no futuro de outrem; se desse certo, não haveria tanto advogado -- segundo um amigo, não existe jogo de advogado. E haveria muito mais cientistas, haja vista as vendas de Alquimia, Jovem Cientista, Lunetas etc.

De todos os jogos infantis, o que me dava mais desgosto era o Jogo da Vida. Como era chato, e que roleta patética. Era começar o jogo da vida, e eu ia para o meu canto curtir um saudável autismo.

Penso, hoje, em criar o jogo da morte. Ganha quem morrer por último, ou quem chegar ao final, que recebe uma injeção letal e morre de forma indolor. O jogador começaria com uns 500 pontos de sanidade, e lançaria dois d6 (o seis é uma caveirinha) por rodada; cada casa, uma desgraça.

"Parabéns, você teve siameses, eles morreram na separação e tua mulher no parto. Você passou uma semana escutando Dean Martin cantar That's Amoré: menos vinte pontos."

"A árvore que plantaram no dia em que você nasceu secou; jogue mais uma vez."

Não espero fama nem fortuna, mas gostaria de vender mais que o Lango-Lango e o Pula-Pirata.

dies iræ

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