17.10.03

Uma segunda bem usual.

Aquela ressaca de um fim de semana muito bem curtido, totalmente moody & low profile e muito sono acumulado. Eis que o celular toca e é uma amiga minha de Sampa dizendo que estava aqui em Bsb só por uma noite.

Bsb. Segunda. Gate´s.

Chego lá com a intenção de ficar apenas meia hora. Coisa bem rápida mesmo, só pra dar um oi. Mas o assunto foi rendendo e me rendi. Lindo! A chave do carro fica presa lá dentro. Tudo fechado, tudo trancado e a chave verde sobre o banco que mal se podia ver pela película escura.

Daí essa minha amiga paulista diz que sabe abrir carros nessas situações e descola um barbante. E lá vamos nós tentar abrir: encaixa ali, segura aqui, faz um nó assim e ... nada. E nisso uns curiosos/solidários se aproximam. E nisso chega cerveja. E isso vira um acontecimento.

E todo mundo tentando laçar o pino da porta, dar um tranco no barbante e puxar. E várias sugestões bem legais: entorta a porta, quebra o parafuso, corta a borracha do vidro traseiro, tenta essa chave, essa outra, chama o chaveiro... Todo mundo lá tentando alguma maneira de abrir o carro e eu tomando minha cerva me divertindo com aquilo tudo.

Deixa pra lá gente, vou em casa buscar a outra chave. Mas não tinha como eu ir até em casa. Então liguei pra uma amiga SOS:
- oi...
- oi...
- meu carro tá trancado aqui na porta do Gate´s. C já tá dormindo?
- mais ou menos...
- Deixa quieto... c se fosse sair eu ia pedir pra vc passar lá em casa e pegar a outra chave com minha mãe...
- po... c tiver precisando mesmo, numa boa.
- .... err... to... C faz esse favor pra mim?
- claro.

E continuamos lá tomando a cerva, batendo papo, vários tipos de nós, mais e mais curiosos, mais e mais sugestões e o telefone toca. Pela bina asa-norte, pelo horário ... Eu não tinha dúvidas, já comecei a rir antes de atender: quer apostar quanto que é SOS dizendo que o carro quebrou?
Ha! Não deu outra: - Re... to com sua chave, mas meu carro pifou!

Daí os meninos-solidários deram carona até o carro pifado. Um desses meninos solidários entendia tudo de carro e viu que era apenas excesso de óleo. Mais cerveja.

De volta ao carro trancado decidimos que naquela altura do campeonato o melhor era entrar no Gate´s e curtir um pouco a balada mesmo. Nada feito. Fomos barradas. Já não podia mais entrar. Estava tudo acabando.

Daí um taxista, que parou para ver o acontecimento e ficou fazendo lobby pra todos os amigos que podiam ser útil naquele instante, sugeriu que fossemos ao Caldeirão pra tomar uma cerveja. Sugestão acatada.

E lá fomos nós para a UMA cerveja que eu queria tomar.

Quase que deu certo, mas qdo essa uma cerveja estava pra acabar os meninos-solidários apareceram e mais alguns copos também... Conversa vai, conversa vem, aparece um besouro, ou melhor, escuta-se um besouro, que foi chamado masoquista por ficar se debatendo na lâmpada. E o besouro era enorme. E um dos meninos-solidários-com-apelido-de-político começou a ficar muito atento aos movimentos do inseto gigante. Ele estava com medo. E o outro menino-solidário explicou que o besouro era masoquista por defeito da física. Sim. A Física é imperfeita porque um besouro não deveria voar. Juro que eu não quis explicações fundamentadas sobre a tal teoria... Só rimos muito.

Mas a resitência de permanecer acordada ao som de Jô Soares e teorias inéditas e copos de cerveja estava chegando ao fim... Como de costume, levantei, dei tchau e fui embora.

Devaneios Insones

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