11.12.03

So doi quando eu respiro

Pode ser a TPM, pode ser o Natal que se aproxima e com isso me vem à mente a imagem de Simone cantando "Então é Nataaaal" com os olhos fechados e coração contrito. O motivo desconheço, mas ha tempos, ah, ha tempos que me emociono com qualquer coisica.

Noutro dia acordei com uma dor de cabeça devida ao sagrado vinho barato que tomara na véspera. Era uma daquelas malditas que doem so de piscar. Dor, dor, muita dor, mas fui trabalhar e pensando que no caminho compraria uma nelsadina, uma aspirina ou qualquer outra ina que exterminasse aquela dor, dor, dor. Insistente, inclemente, persistente e péla-saco.

Tomei rumo em direção ao trem que me levaria à capital e logo, ao longe, avistei dois musicos estilosos que, mais pra frente saberia, embarcariam no mesmo vagão que eu. E pensei, e a dor, dor, dor? Eles vão tocar e ela vai explodir em jubilo mostrando-se mais forte do que eu. Não toquem, não toquem, piedade dois senhores. Mas eles desconsideraram meus apelos mentais e se puseram a tocar. La, la, la, la, vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser, la, la, la. Êpa! Mas é a bossa que eles tocam. Linda, boa e saudosa bossa que fez com que ela, a infeliz que me acompanhava, desse um tempo em sua insistência.

Minha felicidade e emoção eram tantas ao ouvir aqueles acordes, que quase me pus a chorar e comecei a cantarolar timidamente à beira de juntar-me a eles e formar um trio. No final da cantoria e ja chegando a meu destino, recompensei aqueles dois errantes com três moedas das mais pesadas. Três moedas que guardava preciosamente para comprar o antidoto contra a outra que me perseguira e como eu bem desconfiara, so havia dado um time, para voltar com força total, dez minutos depois. Azar o meu que fiquei com a maledeta e sem as três moedas que seriam a minha chance para aniquila-la.

Alto lá, cara pálida

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