12.12.03

Na minha mão não há mais ameixas nem cigarros, só dados estúpidos de compradores de pneu estúpidos.
Acabe, trabalho, acabe por favor.
Acho que eu só iria usar um dos pedidos pras pessoas extremamente inconvenientes que roqueiam meu mundinho e depois diria pro gênio fazer as malditas tabelas todinhas pra entregar até as seis da manhã de amanhã. Daí eu via se ele me dava muito dinheiro, mandava construir um caixa forte igual ao do tio Patinhas ao lado dos templos da Indonésia. Kiss my ass buda. Com o que sobrasse eu viajava pra Coréia, comprava um tigre de bengala, um triplexzinho aconchegante...
É, isso seria bom.

Agora, de volta às tabelas.

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Não gosto de me mudar.
Por mim tudo bem em deixar pra trás os lugares e as pessoas, o problema é encaixotar, ter que rever todas as coisas que estão enterradas no meu armário. Cada vez que eu abro uma gaveta, morro um pouco. De raiva, de tristeza, de saudade, de vergonha. De vontade de queimar tudo, de jogar fora, como se estivesse eliminando a parte da minha vida que cada carta, cada foto, cada objeto representa.
É péssimo seguir caminhando com muita carga nas costas, mas o bom das lembranças é que elas têm o peso que se quer dar. Claro que algumas coisas não se esquece nunca, mas sempre dá para relegar alguma coisa a umas paragens distantes da mente, sei lá.
Só não dá pra ficar parado, porque milhões de mãozinhas empurram pra frente. Além disso, eu quero ir.
E é aqui que entra o mas, só que eu quero mais é que o mas se foda.

The real folk blues

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