13.1.04

Nem tão fechado em si que distante demais do outro e das coisas, uma vez que o outro e suas coisas são, sim e sempre, muito valiosos. Por outro lado, nem tão próximo do outro e suas coisas que te seja possível reparar-lhes todas as nuances, já que o outro e suas coisas, de perto demais, invariavelmente têm manias irritantes, te parecem sistemáticos, emitem ruídos insuportáveis quando comem, dizem e cometem incoerências, defendem inconsistências, gostam de ficar calados quando você quer palavrear tudo, querem bater um papinho descompromissado quando você quer se sentir invisível e assim por diante.

Então, nem um, nem outro, mas numa equidistância suficientemente sutil e fluida que te permita tão somentegostar de gostar do outro e de suas coisas - porque, no final das contas, acho que isso pode te fazer até gostar um pouquinho mais de si.

Da Estrangeiridade

Nenhum comentário: