12.2.04

Difícil dizer que vasculho as minhas gavetas e só te encontro lá no fundo, embrulhado em papel de seda, vestido antigo. Tu que percorrias todos os espaços da minha casa. Tu que ocupavas cada pedaço do meu território. Depois de tanta luta, depois de tanto almejar a medíocre tranqüilidade do vazio, finalmente enxergo minha liberdade como uma perda, um aborto, um expurgo de parte do que me sabia e temo. Temo pelos dias amorfos sem começo ou fim, pela inutilidade das horas rumo a qualquer lugar alheio a ti, pelo oco de mundo que deixaste em mim.

Não Discuto

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