Quando eu morrer, já decidi, não vão me enterrar num vão de terra, num vão de ar, não vão me depositar numa caixa grande de pedra fria, não vão me incinerar e me encerrar numa urna, nem me soltar ao vento, nem no mar. Quando eu morrer não vou ter túmulo, jazigo perpétuo, lápide, epitáfio. Nada dessas coisas com nome de remédio para azia. Quando eu morrer não vou ter velório, funeral, missa de corpo presente, lírio e cravos, não vou ter placa de bronze com estrela e cruz, datas para lembrar, foto de moça, vaso de flor. Quando eu morrer, no meu lugar fica uma folha vazia e eu me reduzo enfim à essência do que fui: verbo e vou habitar o céu, das bocas.
Não Discuto
2.2.04
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