26.3.04

começo de outras coisas... 

Quase 35 anos de idade e cheio de pendências. Tinha que dar um jeito em minha vida. Sacudir certezas e jogar tudo para o alto.
Para começar, apaguei do HD das boas lembranças as gostosas trepadas furtivas com mulheres egoístas (EGO mesmo). Divertidas, intensas, insanas até.
Mas certas coisas, depois de 2 anos ficam sem sentido, parecendo EU, LEITORA, da revista Marie Claire. E como não gosto de ciúme, nem de esperar na fila, nem de deixar de ser o melhor pau da sua vida, nem de segredos tolos, varri as memórias e o cheiro da buceta molhada para o baú do passado e sumi com a chave. Se rolar, a gente se vê por ai.

Faltava resolver uma foda pendente desde 2000. Achava ela patricinha demais, apesar da inteligência, humor, da fome pelos mesmos autores que eu e pela devoção fraternal que temos um pelo outro. Na verdade eu achava ela gostosa demais pra mim, e assim nunca tentei realizar meu desejo.

E nessa semana de (re)definições acabou acontecendo. Muito, muito foda. Ela é perfeita. Mas já foi.

Faltava pedir demissão. 7 anos remando contra a maré numa empresa gigante, mas ainda imatura em relação as maneiras de estimular o capital humano.

Pedi. Choraram mas aceitaram.

Agora vivo os últimos dias nessa armadilha de concreto e ondas eletromagnéticas e cercada de intensos tiroteios diários com diversos calibres. Vou para São Paulo. Novos ares, outras paixões.

No Rio deixo duas: uma antiga e uma nova. A antiga, o sorriso perfeito, os olhos de deusa pagã, emoldurados pela cabeleira castanha. Quer me ver grande, feliz. Nossa ligação transcende o presente e vamos nos cruzar outras vezes. E duvido muito que nos abandonemos, já que mesmo com todas as limitações, vivemos o que precisamos viver.
Além do tesão absurdo, das revoluções que promove em mim, tenho um orgulho profundo pela sua capacidade de realizar e uma admiração especial pela sua inteligência e beleza.

A nova é uma paixão pelo conhecimento, pelo novo, pelo prazer de ensinar e ver surgir um celeiro de idéias embebido em feminilidade - uma delícia de estimular, provocar e ver trazer respostas novas e inusitadas para velhos problemas. Queria poder orientá-la até o final, acompanhá-la nessa jornada para a qual a escolhi, mas meus novos caminhos não permitirão. Vou telefonar, dar força por e-mail - quero que a trajetória profissional dessa moça seja vitoriosa também.
E se você ( é você mesma, chatinha...) quiser realmente saber o motivo de ter sido escolhida ( além da sua competência para o trabalho)....basta escutar a música 8 e viajar no título.

Agora é partir para Sampa e começar do Zero. Esquecer os momentos que vivi naquela cidade nos anos 90, no topo da cadeia alimentar, um popstar MTV na flor dos 21 anos de idade. A fama acabou, a vida me atropelou, mas sobrevivi.

Agora vou torcer para que os amigos locais ajudem a superar o trauma dos primeiros dias sem Dani e Lia.

E mergulhar de novo nessa cidade que amo.

L'ENCRE INVISIBLE

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