Para quê inaugurar technicolor, se depois irias me deixar preto e branco. As crueldades miúdas estão sob minhas unhas, tingindo a pele de roxo. Para quê dar alturas se depois me negarias asas, para quê amor perfeito se chuva não mais. As crueldades graúdas estão enfiadas num cordão e as levo penduradas no pescoço. Para quê cachos de uva se me deixarias à míngua, para quê ensinar teu nome, se me arrancarias a língua. As crueldades que não consigo carregar dormem ao meu lado e ocupam teu lugar.
Não Discuto
25.3.04
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