Eu falo, grito, esbravejo contra as tais da panelinhas, vcs sabem, né? Xingo, faço piada, ridularizo e tal, mas sabem o que é? Inveja. In-ve-ja. Eu queria desesperadamente fazer parte duma panelinha dessas. Queria ser amiguinha do dono da editora, puxar o saco dele prele me publicar. Queria ter um papai que me botasse dentro do jornal. Queria, ué, queria mesmo. Eu queria um esquema, sabem? Mas eu não sei. Não sei ir ao lançamento do livro do papagaio da tia do oculista da cozinheira e fazer amigos, e influenciar pessoas. Não sei fazer networking. E não falo isso com orgulho não, eu, o último bastião da moralidade e da ética, nada disso. Falo profundamente magoada. E com vergonha. Pq isso, em última instância, é incompetência, pura e simples, sem atenuantes. Mas depois dum dia como o de hoje, depois de traduzir mais de 20 páginas dum dos piores textos já escritos em qrr idioma, prum debilóide que já tem editora, que está escrevendo sob contrato, eu fico, sei lá. Com inveja. Despeitada. Magoada. Depois de receber a décima segunda carta de recusa de editora, eu fico assim. Com insônia. Pensando que caralho tou eu aos 33 anos fazendo da merda da minha vida. E com a certeza mais que absoluta, queeu tenho mesmo é que baixar a minha bolinha. Que bom que eu descobri o blog, onde dá pra escrever só pra ser feliz, sem grandes expectativas, só pela curtição. Pq vai ser só isso mesmo. E já tá bão, né? Tá. Enfim. E não, eu não quero tapinhas nas costas, bilhetinhos no LV de "sua hora vai chegar", nada disso. É só um desabafo. É só um chorinho de madrugada. Passou.
¡Drops da Fal!
10.4.04
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