17.4.04

FIGURAÇAS DO RESTAURANTE POR QUILO

Os que trabalhamos no centro da cidade não podemos fugir dessa regra: almoço no “quilo”. A maior discussão até hoje feita sobre o tema foi acerca das expressões “por quilo” e “a quilo”. Para provar que somos ainda mais superficiais, traremos para análise os tipinhos que infestam esses estabelecimentos.

O Holístico
Século 21, momento de aceitação das diferenças, superação dos preconceitos, ultrapassagem de barreiras etc etc etc. Talvez isso impulsione alguém a misturar macarrão com bife e purê de batatas. Tudo sempre com pão e arroz. Incrível. E se houver um espacinho entra batata frita na parada.

A Dietética Contraditória
Ela fica zanzando na parte das saladas. Pega isso, aquilo, aquele outro. Um prato digno de um faquir sem fome. Aí, depois de tudo, pede alguma sobremesa da pesada. Todos olham assustados e ela quase sempre se sai com a velha desculpa: “economizei calorias com a refeição para gastar com a sobremesa”. Por isso que nunca emagrece.

O Nobre Decadente
Ele tá no quilão, igual todo mundo. Mas ele NUNCA é igual a todos. Então trata de evitar misturebas, monta um prato digno de um restaurante à la carte. Senta-se como um digno representante das famílias tradicionais, e come sem cometer uma mísera gafe de etiqueta. Só falta mesmo colocar o guardanapo de papel sobre a coxa.

As Unidas
São três, quatro, talvez cinco garotas que vão para o mesmo restaurante e... COMEM A MESMA COISA. No Mac cada uma pede um lanche. No japonês, cada uma prefere um peixe diferente. Até no chinês há divergências. Mas no quilão pegam sempre a mesma coisa. Você pode misturar os pratos ali, que elas nem vão perceber.

O Equilibrista
Essa figura é mais comum quando o restaurante coloca um “teto”; aquela coisa de “coma à vontade por xx reais”. Como o figura come pra gasset, então já enfia tudo que pode e não pode no prato. Trinta andares de bife, quilos e quilos de arroz. Um vexame. Depois vai ao banheiro e dispara suas armas químicas e biológicas.

A Rainha dos Supérfluos
Lembra um pouco a “dietética contraditória”, mas aqui não há tanta preocupação com emagrecimento. Esta menina faz o seguinte: come bem pouquinho. Pouco mesmo. Praticamente não come nada. Aí cai de boca na sobremesa. Exagera. E pede também suco disso e daquilo. No final, compra uma caralhada de docinhos.

gravataí merengue

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