Mais uma história real cheia de coisas absurdas
Então ontem a noite minha mãe me avisou que hoje pela manhã eu deveria ir até o posto de saúde de meu bairro e fazer uma consulta com o médico (uns examizinhos para saber se eu estou totalmente curado da doença fulminate que me atacou há alguns dias). É claro que eu bati o pé, mostrei respeito, disse "Não!" e nem sequer esperei ela mais falar algo que me fizesse mudar de idéia.
Oras, estou de férias e ela quer me mandar pro médico? Onde já se viu.
Médico, Dentista, Urologista é lugar para se ir enquanto se está em período de trabalho. É uma forma remunerada e inteligente de faltar trampo e não levar puxão de orelha do chefe.
Então eu disse que não iria a médico nenhum e queria ver quem iria me fazer dizer o contrário. Vamos ver quem é que manda.
E, de fato, eu vi quem é que manda.
Hoje, 7 horas da matina eu estava num banco gelado de um posto de saúde esperando o médico chegar. Na parede tinha um cartaz desses do governo federal que enfatizava o uso da camisinha: "Jovem, use a camisinha!" ou algo assim, ao lado deste havia o celebre cartaz das forças armadas e o alismatento militar: "Jovem, aliste-se!" ou algo assim.
A atendente? (como se chama uma mulher que fica lixando as unhas e chama seu nome para ser atendido pelo médico?). Bom, a atendente quis ser simpática (ou talvez só estivesse cumprindo seu trabalho chato de orientar as pessoas mais jovens) e começou a falar comigo (tenho que parar de abrir parênteses neste paragrafo).
-- Olá jovem! Você já se alistou?
-- Já sim, escapei do serviço militar por causa de um "probleminha".
O Probleminha
Isso é verdade. Eu escapei do serviço militar por causa da lordose na minha coluna. Era uma manhã gelada e chuvosa aquela da inspeção, mas eu estava lá, meio a outros jovens, só de cueca e fazendo exercícios físicos sem sentido. O cara de farda olhou pra mim e disse: "Vai pra casa, garoto! Você tem lordose". Eu fiquei feliz por ter lordose e não precisar ir morar longe de casa por alguns meses ou quem sabe me meter numa guerra. "Mas antes de ir embora, passa ali na frente e paga a taxa" disse o senhor de farda num último resmungo.
É isso aí, não fui para o exercíto mas precisei pagar uma taxa idiota e fazer o juramento a bandeira, no qual prometi estar a disposição de meu país caso ele fizesse uma burrada e se metesse numa guerra para defender os Estados Unidos.
Voltando ao papo com a atendente
-- Oi? Você tá me ouvindo?
-- Ah, desculpa! É que eu estava recordando como foi a minha inspeção militar. Deu um flashback na minha mente. Mas sobre oque nós estavamos falando mesmo?
-- Eu perguntei se você já iniciou a sua vida sexual.
-- Hein?
-- Sua vida sexual.
-- Ah, sim... masturbação conta como vida sexual?
-- Conta, mas neste caso estou falando de sexo com alguma menina.
-- Ah! Não. Eu sou gay.
-- Gay? (disse ela espantada)
-- Sim, por isso não me aceitaram no serviço militar.
Pronto, já tinha feito minha parte e sabia que a atendente não iria mais me amolar com estes papos de "Jovem, se cuida ou a casa cai!". Por fim esperei por meia hora e o médico não chegou. Disse para a atendente que ia dar uma voltinha e respirar um "ar puro e colorido desta manhã cativante" e já voltava. Fui embora. Cheguei em casa, disse para minha mãe que deu tudo certo e eu não vou morrer ainda.
Moral da história
Minha mãe ficou feliz por eu não estar doente.
Eu fiquei feliz por não ser examinado por um médico.
A atendente ficou feliz porque eu não voltei lá.
O médico ficou feliz porque não vai precisar examinar ninguém.
As forças armadas ficaram felizes porque eu paguei a taxa.
Então, não quero influenciar ninguém mas preciso dizer, mintam sempre e todos serão felizes. Mintam na escola, no trabalho, no posto de saúde. Mintam para seus pais e para seus amigos. Mintam para seus leitores. Todos ficarão felizes.
de que jeito?
1.7.04
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