21.4.05

Sobre baratas e tecnologia

Eu já falei que tenho ojeriza a baratas?
Antes de tudo, EXPLICAR-ME-EI: não é mais um daqueles nhenhenhéns típicos "uiuiui nofsa baratas socorro socorro alguém me acudam GENTE ELA VAI ME DEGLUTIR." Não, não. A coisa possui raízes científicas. Desde que me aprofundei nos estudos da zoologia(contudo, hoje quem aparecer com um livro de biologia na minha frente leva tapa, ESTEJAM AVISADOS), aprendi que as baratas transmitem uma gama de doenças(furúnculos, gastroenterites, hepatite e por aí vai), além de carregarem nas patas protozoários, ácaros e sabe-se Deus mais o quê.
Entenderam o motivo da aversão???? BARATA MATA!
Continuando, nesse mmmaldito tempo chuvoso e quente, as baratas organizaram-se e estão realizando orgias&bacanais no terreno baldio daqui do lado do prédio. Como era-se de esperar, às vezes acontece de uma barata desinformada confundir o endereço e vir bater aqui em casa e, ínvariavelmente, vir pedir informações de localização a MIM.(pelo menos, essa é a única explicação do porquê de elas só aparecerem PARA MIM e quando eu estou SOZINHA.)
E aí, como fica?
Ora, eu me nego a trocar idéias com baratas. Elas são nocivas, eu já lhes disse.
- AAAAAAAAAH! BARATA! ELA VOA! ALGUÉM, ALGUÉM!
Daí aparece o Homer Simpson da minha vida: meu pai.
- Cadê, cadê?
- Correu pra trás do móvel.
- Xi, desse tamanho só vai com veneno.
- Que veneno coisa nenhuma, você sempre diz isso, taca veneno na barata, diz que ela vai morrer e ela não morre coisa nenhuma.
- Minha filha, você, como sempre, critica tudo o que eu faço.
- Não é crítica, é constatação.
- Sua mãe está dormindo, coitada, e você fazendo zuada.
- Queria que eu gritasse em código morse?
- E o veneno, cadê?
- E eu sei? Eu não mexo nisso, a última pessoa que pegou nele foi você.
Então ele saiu à procura do dito veneno enquanto a cucaracha ficou fazendo "pófite-pófite" nas paredes da sala. Da cozinha, pude ouvir as reclamações chorosas:
- Bibibibibi tiraram o veneno do lugar bibibibi todo mundo mexe nas minhas coisas nessa casa bibibibibi ninguém me respeita bibibibibi..
Foi então que, com o barulho que ele fazia enquanto revirava tudo à procura do tal inseticida, minha mãe acordou. Ainda com cara de sono, lançou-me um olhar fuzilante de "queporraéssaagora". Apontei para o tal artrópode e olhei em direção à cozinha, onde meu pai soltava impropérios indecifráveis. Ela respirou fundo, tirou a havaina do pé, acertou a barata, matou-a, jogou o cadáver na porta da cozinha e foi dormir de novo.
Uns dez minutos depois, escutei, da cozinha, um grito de glória:
- MMMMMMMMATEI!!!!! TAVA AQUI NA PORTA!!!
Incrível como a tecnologia inseticida complicou coisas antes tão descomplicadas.

Boo Blog

Nenhum comentário: