6.12.05

Esse é o seu cheiro

Ao passar pela sala agora, o senti. Não sei de onde veio, mas estava lá, meio diluído, como se estivesse meio perdido. Toda vez que o sinto é impossível não lembrar daquele sábado quando nos conhecemos, você e seus amigos, eu e meu amigo que encontrei horas depois de chegarmos. É impossível não lembrar de você me perguntando se eu me importava com o que você iria fazer e você insistindo na pergunta e eu com aquela cara de tipo: o que você está falando? Até que seu amigo “traduziu” para um bom português e eu disse que a vida era sua... Talvez se não tivesse dito aquilo e tivesse rezado uma ladainha inteira, talvez se eu tivesse mostrado minha insatisfação. Mas acho que não. Você tinha uma personalidade forte, sabia o que queria e sabia que podia, ou pelo menos achava que podia...

Você se foi e me deixou... Deixou-me aqui. Só. Com essas e outras poucas lembranças. E com um questionamento que não me abandona, será que um dia ele também vai embora?

Não, eu não quero jamais te esquecer. Mas quero e preciso continuar a viver! O seu lugar jamais será ocupado, pois o que é nosso ninguém toma. Porém preciso de alguém que divida comigo o trilhar da minha vida, meus desejos e anseios, minhas vitórias e derrotas, meus erros e acertos. Preciso de alguém por quem eu possa suspirar e ter a certeza de que eu vá encontrar, que eu vá tocar. Alguém com quem eu possa sentir a tez macia e quente; pulsante, mesmo que com o seu cheiro ou um outro qualquer.

Thiago de volta para casa...

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