A casa muda
A casa muda, paredes e móveis e plantas que não existem. O corredor que é uma garganta e um leito seco de rio ancestral onde há a paz das navegações esquecidas, onde há o rastro dos que não voltaram. Meus pés estão imersos em água, minhas mãos afundam nas poças e meus olhos são apenas meus olhos submersos. Tenho de cavar rios, tenho de levar água, tenho de explorar poços e charcos e achar a memória dos passos. Tenho que escoar, vazante, e caber nas trilhas, entre as paredes da casa, represa de águas, que não existe.
Não Discuto, por Patrícia Antoniete
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