Q U A S E A C O R D A D A
Há muito tempo não ficava para escrever nas madrugadas. Estas que estranham ao ver luzes acesas onde eu costumo estar – olhos bem fechados, sonhos passando por dentro da minha cabeça desordenadamente e o silêncio. Talvez, dependendo da natureza do dia ou do sonho, uma música para animar ou entristecer. Mas sempre os olhos fechados de sono, ou em caso de insônia, na expectativa de o sono vir - e que aqui estou eu em contato com o mundo acordado numa madrugada que ainda é cedo, mas que já é tarde o suficiente para que as pestanas se cruzem a frente dos olhos e a cabeça ameace o movimento dos cansados, aquele brusco, para frente e acompanhado de um susto gigantesco. Em baixo da minha janela, passam tantos carros como se fosse dia e um grito de pavor de mulher me faz ter medo da noite na vida real.
Ai, lembrei de uma carta que recebi de uma amiga onde ela, no meio de uma declaração de amor, daquelas que só uma amiga que te viu crescer mesmo tendo te conhecido quando você já não era criança, é capaz de fazer e ela dizia: "O ônibus azul que você pegava todos os dias acabou de passar" e eu chorei tanto lendo aquilo. E quase chorei de novo agora enquanto ria lembrando.
Lembrei dos planos que ela e eu fizemos juntas envolvendo tantos outros e que nunca se encaixarão em nossas realidades.
Tenho dificuldade de esperar.
Sono é melhor que realidade.
Melina, Essa moça tá diferente
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