12.11.07

Mini 91

Dobrou o papel bem no meio e manteve-o assim por um segundo, só para ver a perfeição fugaz da dobra, feita apenas para marcar a linha do meio. A partir daí, dobra após dobra, construiu mais um avião. Como com os outros, o pôs de lado, sem tentar fazê-lo voar. Partiu para o próximo. Dobra, desdobra, dobra de novo, formando o primeiro triângulo, depois o outro, simétrico, espelhado, depois o seguinte, mais estreito, sobreposto ao primeiro, então seu gêmeo cis-trans e, de dobra em dobra, mais uma nave. Colocou-a delicadamente sobre as outras e começou o trabalho novamente, cada jatinho mais perfeito que o outro. Já havia um pequeno monte deles sobre o chão, dando forma, a sábia esquadra, à sua medida edificante: para cada aeronave a mais, um poema a menos. Até o nascer do sol estaria livre daquele peso.

dito assim parece à toa

Nenhum comentário: