Na rodoviária
Toda uma confusão de filas. "Quero ir pra Campinas! e não tem passagem!", escuto de soslaio. E prà praia? Quem quer ir? Mil mãos candidatas a levantarem-se. Para ir até a minha cidadezinha e deixar a megalópole onde me fiz a vida miserável, preciso de dois ônibus, porque não há ônibus direto. Levo a mala, mais a valise de mão: toda palavras-cruzadas, livros, poesias, cadernos de escritas. Meu pé! Mas que conho! Por que não olha por onde anda? Por que a gente tem de ir ver a família obrigatoriamente nessas épocas nefastas de fim de ano? "E pra Bertioga, tem?"; terei de ficar-me estacada quatro ou seis horas esperando o ônibus. Depois, mais umas esperando o ônibus para a minha cidade. Bom ano-novo, senhora. Puxo meu dominox e a caneta.
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