Taguatinga Centro, 15h. Passei na farmácia e estou voltando para casa de lotação (pura preguiça de andar por alguns minutos). Entro na lotação, me sento no banco próximo à porta (claro, eu vou descer bem ali). De repente entra uma moça na condução acompanhada de uma criança de uns quatro, cinco anos (provavelmente seu filho). Ai eu parei e fiquei olhando. E pensei: "Pow, é a Gercilene!".
A Gercilene foi minha amiga na 7ª série. Eu tinha mudado de escola e ela tinha chegado do Rio de Janeiro há uns 2 meses. Na bagagem aquele sotaque arraixtadíssimo de carioca, sem contar que ela tinha a língua presa. Ela era a sensação do colégio e eu vivia com ela. Éramos muito amigas. Não esqueço, certa vez, fazia frio e ela me ligou para perguntar a cor da meia que eu ia usar naquele dia. Eu falei branca e ela foi com uma meia branca também.
Ela também contava muitas histórias. Na época tínhamos praticamente a mesma idade. Se ela era mais velha devia ser uns um ou dois anos de diferença. Eu sabia tudo sobre seus namorados, e sempre que tínhamos algum problema ela vinha me contar. Nunca ficamos sem nos falar, mas como concluímos a 8ª série ela mudou de colégio. Nunca mais a vi. Não sei onde ela mora, o que faz...
Mas no dia lá da lotação eu descobri que ela tem um filho. Muito bonitinho o menino. Inclusive ela não tava conseguindo ficar em pé segurando o braço do garoto, já que a lotação tava cheia e não tinha onde ela sentar. De repente, eu viro para ela e digo "Pode sentar aqui, vou descer logo ali na frente". Ela olhou para mim como se me conhecesse há séculos e disse "Obrigada. Filho, dá licença pra moça passar. Vamos sentar no lugar dela".
Ela foi embora no meu lugar e eu vim pra casa.
dito por ManuzinhA, o EnigmA
13.1.03
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