1.3.03

Dia dos namorados fora da data, lençóis de cetim, celular desligado, uma vida de certezas, margueritas com as bordas de sal, espelhos para todos os lados, rímel preto borrado, correntinha com pingente de coração dentro da taça, gravata atirada no canto, macarrão à carbonara meio molenga, batom manchando colarinho, frases inacabadas, beijo com gosto de lágrima, mergulho olímpico na banheira, camisinha sabor chocolate, pescoço com cheiro de Polo, remédio pra sinusite, relógio jogado longe, telefonista avisando que é hora, vontade de chorar que passa debaixo d'água, suspiro, silêncio depois do "eu te amo".

(...)

Em um ano impérios surgem e são derrubados, língua vivas morrem, vc pode engravidar, ter o bebê e engravidar de novo, vc casa, descasa, recasa, faz misérias, lê (na minha média) 36 livros, conhece o homem da sua vida, esquece o homem da sua vida, emagrece, engorda, emagrece de novo, deixa as unhas crescerem, corta o cabelo, vira madrinha de alguém, muda de plano de saúde, para de fumar, volta a fumar, para de fumar e começa a fumar charutos, muda a vida de ponta cabeça, toma porradas homéricas da vida e dos seus "entes queridos", faz cirurgia na boca, faz planos, aborta planos, adota cachorro, reintera umas certezas, manda outras pro espaço, faz os melhores amigos da face da Terra, perde amigos, ganha amigos. Em um ano, vc pode enterrar seu pai de todas as formas possíveis, diariamente. Foi o pior ano da minha vida. Foi o melhor ano da minha vida. E eu tive vcs, cada um de vcs, graças a Deus. E a Lola, que junta as minhocas da cabeça dela com as da minha...e o Aleh, que me ama com esse amor inexplicável, cotidiano, seguro. O primeiro ano passou. Eu tou aqui. De pé. Mais ou menos. Que venham os próximos. Tou pronta.

¡Drops da Fal!

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