29.3.03

Ele não tem uma vida para me dar, não a vida que eu acho que mereço. Se bem que eu sempre acho que mereço muito e isso pode ser bem mais do que realmente é, enfim, ele não tem. Ele não convive, ele coabita, o que para mim não serve. Não quero nenhum dependente, mas quero quem de mim não prescinda ou seja, se ele pudesse me dar, aliás, quisesse me dar a vida que mereço, ele não conseguiria. Ele vive, eu interajo. Não está claro para mim onde nos encontramos no meio dessa sandice toda. Nossas vidas são paralelas mas alguma força gravitacional poderosa distorce o espaço-tempo e, por algums momentos, nossos universos se interpenetram. Então é como de fôssemos o avesso um do outro, partes do mesmo enigma, rotas gêmeas. Então nascem super-novas, planetas são engolidos. De tão intensa, a força se instabiliza, entropia muito alta, a deformação dos planos cessa e nossos mundos se desprendem. Não sem terem deixado um no outro, sinais de encontro, órbitas sutilmente modificadas. Seguimos o movimento de expansão, cada vez mais distantes, rumo às incertezas, sem saber quando, ou se, isso acontecerá novamente.

Não Discuto e dai?

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