11.4.03

:: Coisas de ontem à noite, solitária, no bar ::

Tem um homem me espiando [bobagem], ontem eu o vi, estava me seguindo [besteira]. Ele está me vigiando [parece louca!]. Já não bastam as vozes dentro da minha cabeça!?!

* * *

No quartinho de motel, antes do suspiro final, e do hímem rompido, a última cena que visualizou foi a do bombril na antena da TV.

* * *

Enquanto as bolhas correm desenfreadas até a espuma, na superfície do copo de cerveja, ela batuca na mesa que todos nós somos feitos de estrelas, já dizia aquele cantor carequinha e magrelo, parecido com um alienígena.

* * *

Tudo culpa tua! TUA! TUA! TUA!
A culpa é sempre de alguém.
E eu digo que ela é tua, só TUA!

* * *

E ao final de tanto sangue, suor e lágrimas, eu espero que você tenha alma, dinheiro, rumo e desculpas, coragem e limites PORQUE TUDO ISSO EU NÃO TENHO!
Eu só sei beijar o céu.

* * *

Tem mais, tem mais, sempre tem. Espreme que sai, ferve que pula, vomita que passa. Trepa que acaba.

* * *

Sem esquecer de ir devidamente, tomar no cu!

* * *

...O final é quando sobem as letrinhas, e os humanos começam a pedir o dinheiro e tempo de volta, ao invés de curtirem o orgasmo cármico de ver as luzes lentamente se acendendo...

Cata Vento & Montanha
Russa

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