Meses atrás, num arroubo de juvenil imbecilidade, escrevi seu nome num tronco de árvore. Estava andando, vi aquele tronco coberto de musgo, peguei um graveto e alguns segundos depois lá estavam as seis letras enfileiradas. Dei meia-volta e não pensei mais no assunto.
Semana passada, estando no mesmo lugar, lembrei-me do fato. Segui o mesmo caminho que fizera naquele dia, atravessei o lago, andei alguns metros pela trilha e lá estava ele, nitidamente gravado no tronco como se em vez de um graveto eu tivesse me valido de ferro e fogo.
Então senti uma certa melancolia. Porque aqui dentro seu nome já não é tão legível. Fica mais difícil a cada dia discernir o significado daqueles arabescos que vão aos poucos sendo cobertos pelo velho musgo da alma. Pressinto o dia em que poderei escrever o nome de outra mulher ali, sem maiores problemas.
Quanto ao outro tronco, o real e palpável, nada que uma motosserra não resolva.
Jesus, me chicoteia!
29.4.03
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